O envelhecimento da população é uma realidade atual transversal aos diferentes sistemas de saúde, com implicações significativas em todos os domínios da sociedade. Dados do Eurostat prevêm que a população de idosos entre os 75 e os 84 anos aumente cerca de 56% até 2050, passando de 962 milhões em 2017 para 2,1 mil milhões em 2050. Um dos sectores mais fustigados por esta nova realidade demográfica, é o sector da saúde, cada vez com mais utentes, mas com menos profissionais de saúde e orçamentos deficitários. Atualmente, os Serviços de Urgência são, a porta de entrada no sistema de saúde, sendo inevitavelmente locais sobrelotados, com atividade 24 horas por dia e idealmente, de permanência curta. No entanto, verifica-se que os doentes com idade superior a 65 anos, com maior fragilidade e maior número de comorbilidades, permanecem mais tempo no SU, têm maior probabilidade de ser internados, acarretando custos acrescidos para o sistema de saúde. No caso específico do SU da ULS Santa Maria, por ano, recebe cerca de 30% de doentes acima dos 65 anos, 25% dos quais, são admitidos numa enfermaria. Por forma a colmatar este problema, um grupo de sociedades internacionais, elaborou linhas orientadoras específicas para os doentes geriátricos em contexto de urgência hospitalar. No seguimento destas orientações a American College of Emergency Physicians desenvolveu um programa de acreditação internacional de serviços de urgência geriátricos. O Serviço de Urgência Geriátrico é um conceito de inovação hospitalar, o qual consiste na criação de salas e espaços separados dentro do SU, semelhantes às salas de emergência pediátrica, com uma equipa treinada e dedicada exclusivamente aos cuidados de emergência para idosos. O projeto, Serviço de Urgência Amigo do Idoso pretende implementar uma mudança do paradigma da assistência ao doente idoso, criando um serviço respeitador das diferenças, privilegiando a qualidade, a dignidade, a privacidade e a segurança dos cuidados prestados.